Aos amantes do vinho, da gastronomia, do Slow Food e de paisagens montanhosas, o Piemonte – no norte da Itália – é o destino certo. Neste post vou compartilhar com você um delicioso roteiro por Langhe-Roero e Monferrato, a região do Piemonte entre colinas e vinhedos, berço de muitos dos mais aclamados vinhos do mundo, dona de sítios Patrimônios UNESCO e castelos e vilarejos idílicos que pararam cuidadosamente no tempo.

Eu sou o Leandro e, junto de minha esposa, vivo no Piemonte, no Norte da Itália. Contamos sobre nossas vivências e viagens aqui neste blog e também no Instagram e Youtube.

Recentemente recebemos a visita de meus pais e, dos diversos passeios que poderíamos fazer com eles pela Itália, a paisagem vitivinícola de Langhe-Roero e Monferrato era um dos mais aguardados.

Primeiro por que moramos justamente nessa área. Depois por ela, de fato, ser muito merecedora de estar presente em qualquer roteiro. Decidimos por montar um roteiro de 2 dias, de carro, viajando principalmente pelas estradas vicinais que sobem e descem as colinas da região.

A sugestão que te dou abaixo é, portanto, uma seleção pessoal, feita com cuidado e colocada à prova. O resultado desse roteiro foram 2 dias inesquecíveis.

Roteiro por Langhe-Roero e Monferrato – O itinerário

Duração: 2 dias – Locomoção: Carro – Base/Pernoites: Asti – AT

Dia 1: Asti > Canelli > Vinícula Coppo > Torre Dei Contini > Chiesetta di Coazzolo > Neive > Barbaresco > Asti

Dia 2: Asti > Diano d’Alba > Castello Grinzane Cavour > Vinícula Fontanafredda > Monforte d’Alba > Barolo > Asti

Resumo e comentário – Dia 1

Partimos de Asti – onde moramos – por volta das 9h, logo após pegarmos o carro na locadora. Asti foi a escolha óbvia para nos servir de base, mas pode ser uma ótima opção também para você, durante sua estadia na região. A cidade é tranquila, rica culturalmente, com um centro histórico muito agradável e excelente gastronomia. Além disso é muito próxima a Torino, seja de carro ou trem.

Já com o carro em mãos, partimos para Canelli, sempre configurando o GPS para evitar autoestradas e pedágios, de forma a garantir caminhos pelas pequenas (e muito boas) estradinhas que contornam as paisagens da região. Conhecemos rapidamente o centro histórico da cidade, tomamos um café e partimos para o nosso grande interesse, uma degustação de vinhos na Vinícula Coppo e visita às Catedrais Subterrâneas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO (ver post detalhado aqui).

Muito próxima ao centrinho histórico de Canelli está a Vinícula Coppo e suas Catedrais Subterrâneas. Fizemos uma visita guiada, com muita explicação sobre a produção de seus vinhos e finalizamos com uma maravilhosa degustação. Compramos algumas garrafas para levar de recordação e partimos muito satisfeitos para o próximo destino.

Ainda na território de Canelli e após a degustação, fomos de carro até a base da colina onde está a Torre Dei Contini. Dali, alguns minutinhos a pé morro acima e chegamos. A Torre Dei Contini é uma torre solitária, no alto de uma colina e que mais parece ter saído de um conto de fadas. Dela é possível ter uma incrível vista panorâmica da região. Imperdível!

Dali seguimos para Neive, marcando no GPS uma parada na Chiesetta di Coazzolo, que embora com um estilo peculiar, servia muito mais para garantir caminho pelas estradinhas que pareciam mais cenográficas.

Já em Neive, paramos o carro e tiramos um tempo um pouco maior para conhecê-la. Seu centro histórico cobre de charmosas e antigas construções uma alta colina e forma um conjunto dignamente reconhecido como um dos borgos mais bonitos da Itália. Vagamos por suas ruas e sentamos num banco com vista para as Colinas do Barbaresco (Patrimônio UNESCO) e fizemos nosso pequeno picnic, com os lanchinhos que havíamos preparado em casa, para o caso de nos perdermos nos horários e não encontrarmos restaurantes abertos, como aconteceu. Anote então também essa dica!

De Neive dirigimos pelas Colinas do Barbaresco até a comune de Barbaresco, ali pertinho. Barbaresco é a pequena cidade, com cerca de 700 habitantes, que empresta seu nome a um dos principais vinhos produzidos na Itália. Um dos marcos da cidade é a Torre di Barbaresco, que abriga um pequeno museu e de onde se pode observar bem as colinas ao redor e a bacia do rio Tanaro, que divide o Langhe de Roero.

De Barbaresco retornamos, já muito próximo do fim do dia, para Asti.

Resumo e comentário – Dia 2

Continuando o nosso roteiro por Langhe-Roero e Monferrato, no dia 2 partimos de Asti um pouco mais cedo, pois já estávamos com o carro desde o dia anterior. Por volta das 7h30 pegamos caminho até Diano d’Alba.

A partir da cidade de Alba – que não conhecemos dessa vez, o trecho de subida até Diano d’Alba foi um suspiro atrás do outro. Pistas e ruas estreitas se contorciam colina acima, para terminar numa antiga vila e, ainda mais ao alto, uma impressionante igreja.

Depois de um tempo recuperando o fôlego, seguimos viagem até o Castello Grinzane Cavour, outro integrante da lista Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, e não à toa. Além de seu significado histórico e cultural, é um marco belíssimo na paisagem e ostenta uma arquitetura que remonta ao século XIII. Dessa vez nos contentamos com sua grande beleza externa e suas vistas panorâmicas, sem conhecer o seu interior.

Por termos hora marcada, saímos dali diretamente para a Vinícula Fontanafredda, para fazer visita por toda sua propriedade e produção, terminando com a desgustação de seus vinhos Barolo. Um momento muito aguardado! O passeio guiado pela vinícula foi muito especial e rico. As instalações são lindas, as explicações cheias de detalhes e curiosidades históricas e tudo corado com taças de diferentes rótulos de Barolo ao final.

Da Fontanafredda seguimos para Monforte d´Alba, para conhecer seu pequeno centro histórico. Antes, já nos limites da cidade, almoçamos na Trattoria Terraluna. Depois seguimos para o centro, andamos um pouco e sentamos para um café e um gelato.

O próximo destino foi a comune de Barolo. Com cerca de 700 habitantes, essa é a cidade que batiza os consagrados vinhos Barolo, “o rei dos vinhos e o vinhos dos reis”, como são conhecidos. É muito charmosa, com ruelas, casas, fachadas de loja e cafés muito convidativos. Seu prédio mais marcante é o Castello Comunale Falletti di Barolo: um castelo milenar hoje dedicado a preservar e recontar a história do vinho. E dali seguimos de volta a Asti.

Assim fechamos em grande estilo os nossos 2 dias de Roteiro por Langhe-Roero e Monferrato.

E é isso. O que você achou?

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Nos vemos no próximo,

Até mais, Leandro.