Casale Monferrato é uma cidade que faz parte da província de Alessandria, no Piemonte, norte da Itália. Está também dentro da área conhecida como Monferrato, uma região de extrema relevância cultural, artística e, principalmente, enogastronômica.

Essa cidade é repleta de heranças históricas, construções originais da época medieval e até mesmo um castelo de grande estrutura militar. Se não bastasse, tem ainda todo o charme dos comércios, restaurantes e cafés com suas cores e decorações que parecem terem sido escolhidas a dedo. Oferece também a possibilidade de provar os melhores vinhos da região e de andar por ruazinhas onde a vida passa devagar.

Se você quer conhecer melhor o Piemonte e suas riquezas, Casale Monferrato é uma cidadezinha que merece estar no seu radar e nesse post vou te mostrar como foi nossa visita por lá.

Eu sou a Flora e, junto do meu marido, vivo no Piemonte, no Norte da Itália. Contamos sobre nossas vivências e viagens aqui neste blog e também no Instagram e Youtube.

Em uma manhã de sábado recebemos a seguinte mensagem de um querido casal de amigos: “Topam conhecer Casale Monferrato hoje? Sairemos daqui às 10h”. Pulamos da cama para um banho rápido. Estamos doidos para explorar mais as cidades na região em que vivemos agora, o Piemonte, mas muitas delas é necessário carro para ter acesso.

São pequeninas cidades que ficam entre as colinas e vinhedos – os grandes tesouros dessa área – e o que a primeira vista poderia parecer desinteressante, na verdade é bem surpreendente: cada pequena cidade dessas é repleta de cultura, arte, história e gastronomia sem igual. É como tomar um “shot” que contém todos os ingredientes do que mais amamos na Itália.

Casale Monferrato é uma cidade com cerca de 37 mil habitantes. Faz parte da província de Alessandria e, para referência, fica a cerca de 1h10 de carro de Torino.

• Leia o post sobre a cidade de Alessandria clicando aqui.

Um pouco sobre essa região: O Monferrato 🍇

Quando falamos da região do Piemonte, estamos falando também de uma das partes mais importantes da Itália relativas ao cultivo de vinhos, o prestigiado trio Langhe, Roero e Monferrato. Esses três locais tem o reconhecimento da UNESCO como Patrimônio da Humanidade pelas suas características únicas de paisagens vinícolas e da cultivação de vinhos. O assunto é extenso e absolutamente encantador e em breve faremos uma exploração um pouco maior, focados em conhecer as principais áreas relativas a esse trio (e claro, traremos tudo em detalhes aqui pra vocês!).

Casale Monferrato foi mais uma pequena degustação disso tudo pois, como o nome sugere, é uma das cidades localizadas no Monferrato. Digo mais uma pois nós moramos em uma das principais cidades do Monferrato, chamada Asti 🙂

Para chegar em Casale Monferrato tivemos o prazer de andar por estradinhas onde as colinas e seus belíssimos vinhedos são personagens principais do cenário. Estava tão distraída com toda a beleza e também aproveitando muito a companhia dos amigos que acabei não tirando fotos. Mas vou deixar um print da pesquisa do Google para vocês conseguirem entender melhor do que estou falando.

O que fazer em Casale Monferrato

Chegando na cidade, passamos rapidamente pelo centro histórico e já fomos em direção ao Castello dei Paleologi. Esse era um local de defesa militar, com grandiosos muros cercados por fossas e tem um desenho muito interessante visto de cima, de forma hexagonal. A sua construção começou no ano de 1352.

O local me pareceu ter uma “alma” abandonada, o que achei até bem interessante e você pode perambular por toda a sua extensão. Suas paredes, portas, janelas e estruturas parecem contar uma história, que podemos acompanhar através de fotografias antigas que estão espalhadas por diversas paredes. É muito curioso ver essas fotos antigas e ao mesmo tempo estar ali, vendo também em tempo real.

Dentro do castelo existem algumas salas que recebem mostras de arte. Vimos uma exposição bem legal que está em exibição no momento.

Atrás do Castelo está o Rio Po, com uma área que parece ser legal para dar uma voltinha. Não fomos pois estava muito sol naquele dia.

Saindo do Castelo, continuamos ali no centrinho histórico, agora para procurar um local para almoçar. Encontramos um restaurante do qual gostamos muito e indico, chamado Ristorante Brasserie. A pasta fresca com flores de abobrinha – Garganelli con fiori di zucca, pomodorino Pachino e stracciatella – estava muito saborosa! E preciso confessar que ali cometemos praticamente um pecado: não provamos nenhum vinho, rsrs. Com essas temperaturas altíssimas do verão tem sido bem difícil topar uma bebida alcoólica. Mas o outono está logo aí e não vemos a hora de voltar com nossas explorações enogastronomicas.

Seguimos para um centro histórico completamente vazio pois, em pequenas cidades, a pausa pranzo é levada muito a sério e todas as pessoas desaparecem das ruas, assim como todos os comércios fecham. Os restaurantes também costumam ficar aberto até umas 14h. Mas não se preocupe, em algumas horas (mais precisamente lá pelas quatro da tarde) tudo voltará a vida como num passe de mágicas!

Aproveitamos para andar com calma pela cidade, apreciar os cantinhos fofos, tirar fotos e pegar um gelato para refrescar.

Seguimos para a Duomo da cidade, a Cattedrale di Sant’Evasio, que quase me fez cair pra trás. Eu não estava esperando tamanha beleza. E é por isso que eu digo que você pode se enganar com essas cidades pequenas, achando que elas não vão te entregar muita coisa por serem menores… não se engane, rs.

Achei essa Duomo uma das mais lindas que eu já vi aqui na Itália, tanto por fora quanto por dentro. Fiquei encantada por suas cores, detalhes e formas. Essa construção remete ao século VIII e de lá pra cá acumulou uma história de alterações, ampliações e reconstruções bastante complexa.

Continuamos andando pelo centro e a cada cantinho uma nova construção, uma nova igreja e mais suspiros. Ficamos encantados com a torre da Parrocchia S. Stefano, lindíssima!

A Chiesa San Domenico é outra que vale a pena visitar. Ao seu lado tinha uma outra, a Chiesa Mater Misericordiae, que estava tomada por arbustos, sensacional!

E claro, você não pode deixar de passar pela praça principal da cidade, a Piazza Giuseppe Mazzini.

Algumas outras coisas muito interessantes que você pode fazer por lá:

La Sinagoga

Uma amiga italiana aqui da cidade, ao saber que estivemos em Casale disse que havia ali uma magnífica Sinagoga. Infelizmente não a conhecemos dessa vez mas, pesquisando, deu pra comprovar que ela tem razão.

A Sinagoga di Casale Monferrato tem uma história que remonta a 1595 e acumula um rico acervo de memóra, arte, cultura e arquitetônico que claramente merecem a visita. Ela fica na Vicolo Salomone Olper, 44 e o site oficial é o www.casalebraica.info

Krumiri Rossi

O krumiri ou crumiri são os biscoitos típicos do Piemonte e que foram inventados em Casale Monferrato, em 1878, por Domenico Rossi. É provavelmente em memória de Vittorio Emanuele II, que morreu naquele ano, que o krumiri assumiu a forma típica semelhante a um bigode. Esses biscoitos são reconhecidos entre os produtos agroalimentares tradicionais do Piemonte e assim de toda a Itália.

Você pode se deliciar com os originais lá na Krumiri Rossi, na via Lanza, 17.

Il Monferrato degli Infernot

Um Infernot é uma pequena câmara subterrânea, cavada em pedra, sem luz e ventilação. É usado para armazenar vinho engarrafado e sua temperatura e humidade constantes permitem uma excelente conservação das garrafas.

Il Monferrato degli Infernot é a denominação dada ao conjunto dos Infernot só presentes no Monferrato e que são Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Aos arredores de Casale Monferrato existem muitos vilarejos com esses Infernot e a pequena cidade de Cella Monte reúne a maior quantidade deles.

Os Infernot estão em nossos roteiros para o próximo mês e por isso teremos mais conteúdos sobre eles aqui. Ainda não foi neste dia que os conhecemos, mas vale deixar aqui a dica para que você pesquise mais e, de repente, aproveite a ocasião de sua estadia pela região para também esse passeio.

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Eu espero que esse post tenha sido útil pra você. Me diga nos comentários o que achou 🙂

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Flora.